Brasil perdeu boa chance de promover sua riqueza alimentar nos Jogos Olímpicos
Feira RJ, Circuito Carioca, Essência Vital, Foto CI Orgânicos
O Brasil precisa incrementar, em nível global, a promoção de sua biodiversidade e riqueza alimentar. A constatação é de Sylvia Wachsner, coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA). Segundo ela, o saldo não é satisfatório quando se trata de alimentação saudável; e cita como exemplo os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
De acordo com a especialista, o País perdeu uma boa chance de promover seus alimentos, quando esteve no centro das atenções do mundo. “Desde o momento que o Rio de Janeiro foi escolhido para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o foco das autoridades ficou limitado à infraestrutura, à mobilidade das pessoas e à preocupação em deixar um legado. Já os alimentos como divulgação de nossa brasilidade, como parte integral da saúde de sua população e dos atletas, não foram considerados prioritários”, observa.
Sylvia também comentou o balanço divulgado pelo programa Rio Alimentação Sustentável, que apoiou o Comitê Rio 2016 na viabilização da oferta de alimentos saudáveis e sustentáveis nas Olimpíadas e Paralimpíadas. “De um total de 14 milhões de refeições servidas para atletas e mídia durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, somente 200 mil foram vieram da agricultura familiar do Estado do Rio de Janeiro. Isso é muito pouco”.
A coordenadora do CI Orgânicos disse que nos cardápios de alimentação dos atletas, pouca importância foi dada à riqueza gastronômica, à biodiversidade e à produção nacionais: “Nas arenas esportivas, os food trucks comercializavam comida rápida (fast food), com produtos calóricos, pouco diversificados e pouco identificados como saudáveis e nutricionais”.